Alegrei-me quando me disseram: Vamos á casa do SENHOR.
Salmos 122:1

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Cada dia mais evangélica, cada dia menos reformada. A igreja em retrocesso.

    É algo natural em nossa época ao falarmos de idolatria, vermos pessoas se vangloriando de abandonar o catolicismo para se tornar um evangélico. Não há imagens, crucifixos, velas etc. Não frequento mais missa, “conheço muitos louvores tremendos” e tenho um ministério poderoso de cura para as nações; idolatria, nunca mais, diz o neófito com alguns anos de “fé”!
 
Em meio a tantos encontros de três dias, tantas unções e “palavras proféticas”, o indivíduo se enche de uma certeza inabalável que conhece o Senhor mais do que aquele cristão “frio” que apenas fala da bíblia, intransigente e criterioso.
 
Nesse homem não se vê pulos, não há risos com uma pregação cheia de piadas, ele não entra na onda do cair no espírito (não acha razões bíblicas suficientemente fortes para isso), as músicas evangélicas populares, explodindo nas paradas do sucesso, são para ele, aguadas de fraco conteúdo bíblico e doutrina fiel. É difícil encontrar alguns desses andando por aí.
Eles não se encontram nas marchas para Jesus, emporcalhando a cidade e tornando o trânsito um inferno, muito menos, nós o veremos dando ibope as redes de televisão aberta, pois ninguém gosta de sua mensagem, ele é intragável!
 
Por que isso acontece? Simples, a cultura da grande parte de crentes formados em solo brasileiro é idolátrica até a alma!
 
Até pouco tempo, o cristão era visto como alguém que não era aplaudido pela mídia, recebia preconceitos por cada pronunciamento seu ser acompanhado por dois ou três versículos, era um corpo estranho na sociedade, o inferno e a ira era a pregação impopular que ameaçava ao ímpio endurecido.
As músicas falavam sobre a espada da lei, logo, não podiam ganhar o Grammy Latino. Encharcadas de bíblia, as almas cantavam grandioso és tu, pois, meditavam nessa verdade de Gênesis a Apocalipse.
 
Nesse tempo os pastores não trocavam de carro todo ano à custa dos fiéis, mas a bíblia era ensinada completamente, ele lutava consigo mesmo durante dias estudando e orando ao Senhor por apenas um sermão. Doutrinas eram expostas, e, o coração da ovelha caída era enternecido pelas palavras de vida eterna, pela visitação pastoral e pela oração sobrecarregada de seus irmãos.
 
A justificação pela fé e a salvação pela graça eram temas conhecidos e decorados pelas crianças, assim podiam cantar capítulos inteiros da bíblia até a sua mocidade.
 
“A prática dos cristãos modernos e populares é exatamente oposta, ideológica e moralmente, dessa antiga geração de cristãos fiéis.”
involucao gospel
 
Negligenciam descaradamente a palavra de Deus em nome de um “tanto faz”, deixa assim mesmo ou “quem somos nós para julgarmos?”.
 
Uma geração de crentes com anos de igreja sem ter lido a bíblia toda. O culto familiar foi abandonado, e, as crianças se tornaram em depósitos de ensinamentos e cânticos mais fracos do que a pregação-teatro-jogral-ministração-unções que é feita no templo domingo após domingo, campanha após campanha.
 
O teatro usurpou a pregação e fez que a mensagem fosse mais “relevante” aos bodes, ainda que se abrisse um pouco a bíblia para falar algo, isso seria apenas para desencargo de consciência, mas não alimentava o suficiente.
 
Embora muitos desconfiem que existam práticas estranhas e místicas, a ditadura do líder fundador, faz a mente preguiçosa do crente alienado, relaxada e apta a não usar o discernimento bíblico. A verdade é que tudo está estampado diante do mais simples crente, mas, as escamas da alienação, não permitem que a luz brilhe.
 
Algum cantor (a) famoso se “converte”, rapidamente grava mais um CD e dá uma guinada em sua vida pública que antes estava esquecida, e, com seu testemunho, arrecada milhares de reais gastos em hotéis e cruzeiros de luxo, fazendo assim a “obra” de Deus.
 
Se isso não é idolatria e paganismo camuflado de piedade, então, o evangelho puro e simples de Cristo, pregado e vivido pela igreja primitiva, é falso. Mas o só pensar nisso é blasfêmia!
 
Viver segundo o que o “apóstolo” diz e não julgá-lo pela bíblia, andar amarrando tudo que é demônio inventado por aí, sem parar para examinar nas escrituras profundamente, cada uma dessas coisas, é desprezar a Palavra da maneira mais vil e religiosa possível, pensando que está fazendo o bem.
 
Fazer o que se pensa que é certo, utilizando a si mesmo como o padrão, e não a bíblia, através do estudo diligente desta, é profanação da pior espécie.

O DECLÍNIO MÚSICAL DA IGREJA

O DECLÍNIO MÚSICAL DA IGREJA
Na Revista “Carta Capital” de 6 de fevereiro de 2013, a reportagem de capa trata do vazio da cultura ou a imbecialização do Brasil. Apesar de forte a expressão usada nesta edição, ainda sim, fala a mais pura verdade que dá um diagnóstico óbvio do nível cultural e intelectual da nossa sociedade. Já se passaram quase 70 anos e não há mais escritores, artistas e pensadores que influenciaram gerações e definiram o pensamento e a cultura da sociedade brasileira.
Bom, o que dizer da própria igreja evangélica brasileira que está inserida neste processo? O culto geralmente acaba sendo a vitrine de como se encontra a igreja espiritualmente e por implicação, culturalmente. Até porque, o culto reflete a teologia (o que se crê), a conduta (a vida moral) e a dinâmica (a estrutura e governo eclesiástico). Neste sentido, a doutrina, a moral e o governo são áreas refletidas na forma mais pública e notória que é a adoração do povo de Deus à sociedade de modo geral.
No que diz respeito a música considerada cristã no mercado evangélico brasileiro o que podemos dizer? Pelo menos para mim vai de mal pior. Estamos perdidos se dependermos exclusivamente dos atuais artistas da música gospel. Este segmento está no estágio de putrefação tão avançado que sem medo de errar a grande maioria destas músicas são consideradas inapropriadas e nocivas não apenas aos evangélicos, mas a qualquer pessoa exposta a estas porções venenosas. O interessante é que todos sentem o forte odor destas cloacas, mas parece que quanto mais fede mais eles gostam (uma obvia constatação da depravação total do homem em Romanos 1: 21-32). 

 Do que é possível detectar trata-se inicialmente de uma pandemia da estupidez e de ignorância tanto de conteúdo bíblico como de conhecimento geral, ou seja, o problema é de ordem espiritual e intelectual. O que pode ser mais interessante neste processo “evolutivo” é o fato de praticamente todos os segmentos do cristianismo terem sido contaminados inclusive os católicos romanos. Mas, se tratando dos evangélicos, a fonte de toda está coacla não só no Brasil, mas em todo o ocidente tem sido predominantemente entre os que alguns séculos atrás foram chamados de protestantes.
Toda ignorância na igreja começa com desvios doutrinários. Não se pode evitar está calamitosa situação quando uma igreja ou um pastor opta por abrir mão de qualquer doutrina ou teologia que seja das Escrituras Sagradas. Pior ainda quando estes abandonam e ainda fazem questão de adulterarem aquilo que é essencial na fé cristã. A teologia liberal foi um histórico exemplo. Bastou alguns teólogos do século dezoito afirmarem que a Bíblia não poderia ser considerada a Palavra de Deus e que seu conteúdo, a fonte e a forma de sua revelação são questionáveis que a partir deste momento, a Igreja de Cristo reiniciou mais uma longa fase de deterioração espiritual e intelectual.
 
Já que tocamos neste assunto, A maioria das músicas cantadas em nossos cultos estão sob forte influência do pragmatismo e relativismo religioso presente no pensamento evangélico. Um exemplo claro disto primeiramente quanto ao formato dessas músicas na liturgia. Em geral, os estilos musicais aplicados são mais agitados, envolventes e provocantes. As letras estão recheadas de exigências e petições sem cabimento a Deus. Geralmente, os anseios espirituais contido nos cânticos expressam o desejo de olhar para Deus, tocar em Deus, de beijá-lo, abraça-lo e sabe lá o que mais querem fazer com o SENHOR. De alguma forma, estes cânticos estão propondo uma prática religiosa já estimulada entre os grupos que pregavam uma espiritualidade baseada na experiência pessoal e não no conhecimento das Escrituras. Entre eles estão os Quakers (em português os “tremedores”) foi este grupo que por varias vezes agendaram a volta de Jesus e o arrebatamento da igreja. Eles acreditavam que todo crente era capaz de sentir e também ouvir a voz de Deus literalmente. Na segunda metade do século dezessete outro movimento que enfatizava a experiência religiosa e as novas revelações era o pietismo na Alemanha. Alguma semelhança em nossas dias?
 
Mas é necessário chamar a atenção a uma outra questão. Tanto dentro como fora da Igreja, estamos experimentando uma decadência em diversas áreas da sociedade. Devemos reconhecer que, enquanto alguns setores estão progredindo, no entanto, outros estão definhando. Enquanto o mundo tem avançado tecnologicamente e cientificamente, a arte, a literatura, a cultura, o pensamento seja filosófico ou humano estão cada vez mais pobres.
 
Como declara Mino Carta diretor da Revista Carta Capital:
 
Nos últimos dez anos o País experimentou inegáveis progressos econômicos e sociais, e a história ensina que estes, quando ocorrem, costumam coincidir com avanços culturais. Vale sublinhar, está claro, que o novo consumidor não adquire automaticamente a consciência da cidadania. Houve, de resto, e por exemplo, progressos em termos de educação, de ensino público? Muito pelo contrário.
 
Talvez estejamos experimentando um dos momentos mais triste da história da humanidade. A idade média foi chamada de o período das trevas por ter impedido que grande parte das pessoas tivessem acesso a uma das maiores riquezas que o ser humano pode receber; o conhecimento. Contudo, na pós modernidade parece que a própria humanidade está jogando na lata do lixo todo o conhecimento legítimo e verdadeiro e isso vem acontecendo de forma gradativa ao longo do século vinte e vinte e um. Nem mesmo os inquisidores da idade média tiveram a ousadia e a petulância de cometer tal atrocidade.
 
A sociedade pós moderna que tem como seu ídolo o secularismo são mais violentos do que foi a igreja medieval até o século dezesseis. E de fato, faz parte da índole desta sociedade através do relativismo, pragmatismo e o pluralismo religioso tentar desfragmentar e aniquilar todo o conhecimento a partir do estabelecimento da verdade. Pelo menos na idade média ainda se tinha um referencial de verdade absoluta. Nos dias de hoje as pessoas valorizam mais a mentira do que a verdade.
E a Igreja de Cristo neste processo? Simplesmente acompanha o espirito de sua época como foi também nos dias da idade média. Mais uma vez entramos em declínio intelectual a ponto de transformar verdades fundamentais da fé cristã em métodos de crescimento numérico das igrejas locais, sermonetes de auto ajuda para provocar coceira nos ouvidos das pessoas e músicas que deixam as pessoas dopadas como que em transe por terem ingerido alguma droga pesada chamada positivismo misturada com outras substancias pesada como o existencialismo e narcisismo. Creio que uma prova clara disto é a arma mais pesada desta guerra usada em nossos dias; a mídia por meio da TV e da Internet. Há vinte anos atrás seria inconcebível cantores e músicos evangélicos sequer associarem seu nome e ministério a televisão. Hoje a maior emissora da América Latina (Rede Globo) tem projetado em grande proporção os mais variados artistas com seus mais esquisitos e aberrantes gostos e conteúdo musical gospel. E a Igreja neste processo? Simplesmente estão usando este lixo de cultura chamada música gospel em seus cultos solenes. Que tristeza! Como os crentes estão se vendendo por tão pouco!
A música é um recurso fantástico para que o povo de Deus possa expressar a luz das Escrituras suas experiências com Cristo, ou seja, aplicarem de forma adequada e saudável os princípios da Palavra de Deus as diversas circunstâncias da vida. Todavia, infelizmente a música se tornou útil apenas para o entretenimento religioso. Desta forma, a música também acaba sendo um dos espelhos que revelam como está o nível da devoção pessoal e as experiências religiosas de cada membro do corpo de Cristo. Com o tipo de música que ouço na boca do povo já dá para perceber como anda a vida espiritual e intelectual delas.
Fonte: http://musicareformada.blogspot.com.br/ por